sábado, 9 de abril de 2011

Orientação - Educação infantil

Eu só posso estar na vida do outro para fazer o bem, para acrescentar, caso contrário, eu sou perfeitamente dispensável."
(Pe. Fábio de Melo)


As crianças têm ido para a creche cada vez mais cedo. Muitas ainda nem falam e passam grande parte do dia olhando as mãos, tentando pegar os pés, sorrindo, chorando, balançando... Essa é uma maneira de explorarem o próprio corpo e se comunicarem com quem está por perto. “Experiências sensoriais e motoras vividas na primeira infância desempenham papel fundamental na formação do cérebro” diz o psicomotricista André Trindade. É por isso que ficar sentada, deitada por muito tempo atrapalha o desenvolvimento físico da criança. Nessa fase, a ação é a principal forma de linguagem, é assim que se dá a interação com o meio e o aprendizado sobre si mesma, e sobre as pessoas que a rodeiam... É preciso pular, rolar, dar cambalhotas, movimentar-se !!!

Sugestões de atividades para crianças de 6 meses a 2 anos

Providencie brinquedos que estimulem as experiências sensoriais e que podem ser feitas com sucatas:

* Objetos dentro de latas coloridas para balançar, papel crepom pecado dentro de garrafa pet transparente. Deixe as crianças manipularem os objetos e observe as suas reações. Para os mais bebês estimulem em várias posições, perto da cabeça, nos pés, atrás da criança, na frente, assim estará mantendo os olhos do bebê ativo. Fique atenta, observe se ele acompanha o seu movimento.
* Estimule a audição da criança trabalhando com músicas. Cante todos os dias para os bebês.
Músicas que falam das partes do corpo. Ao nomear a parte do corpo(cabeça) coloque a mão na cabeça do bebê, mostrando onde fica.
Músicas que possam acrescentar o nome das crianças. Ex.: Perdi o João no mar, não pude mais encontrar, mas a Júlia trouxe o Matheus de presente pra me dar! Outras sugestões: “Se eu fosse um peixinho”, “A canoa virou”, “Fui ao Itororó”.   
* Brinque de esconde- esconde. Esconda com um pano uma parte do corpo da criança. E pergunte: “Onde está o seu pé? Deixe que a criança repita os nomes. 
* Estimule as crianças atravessarem engatinhando no túnel de pano. Encoraje-a a atravessar, mostrando um objeto do outro lado. Coloque objetos dentro do túnel e peça que a criança pegue um objeto. Se a criança pegar o objeto correto, dê os parabéns, bata palmas para ela.
* Brincar de cesta: Coloque um caixa de papelão um pouco distante da criança e incentive-a jogar uma bola de jornal amassado dentro da caixa. As crianças deverão confeccionar o material primeiro.
Deixem brincar com as folhas de jornal, depois de algum tempo peça que amassem e por último fica a pintura, cada criança pinta da cor que preferir. Estimule a oralidade: Diga sempre o nome das cores. Ex.: João escolheu a cor azul! Pinte a sua bola de azul! Parabéns, a sua bola azul ficou linda! Jogue a sua bola azul!  Também pode aproveitar para contar quantas bolas estão dentro da caixa, e quantas estão fora.
* Confeccionar massinha caseira. Deixe que as criança manipulem a massa, cada uma amassa um pouquinho  até ficar pronta. Divida a massa com todas as crianças e distribua palitos de picolé para cortar a massinha.
* Se possível, faça um painel na sala com a foto das crianças. E brinque de perguntar: “ Aonde está o João? Organize as fotos de uma maneira que possa ser modificada de lugar todos os dias, para que os alunos não decorem o lugar da foto.
* Rasgando e colando: Distribua revistas e deixe que a criança observe tudo, depois peça que rasgue pedaços e cole na folha de papel pardo. Incentive a oralidade, caso a criança ache uma gravura, diga o nome da gravura para os colegas Ex.: “Olhem, o João achou um cavalo. Quem pode achar um outro animal?”
* Não esqueça de contar histórias! Estimule a imaginação, leia sempre para os pequenos. Sugestões de histórias: Livros que as crianças possam manipular, que tenham texturas diferentes.
Tenho alguns livros assim, se quiserem emprestado é só avisar!

Ai, que vontade de morder!!!

As dentadas são uma forma de a criança de até 2 anos se comunicar e expressar sentimentos. Saiba como lidar com elas:

A mesma motivação que leva uma criança a morder, faz também com que elas batam. Frustradas pela não capacidade de dominar o ambiente e de manifestar claramente os desejos e as necessidades as crianças mordem e batem. Além disso, uma boa mordida sempre parece resultar numa boa reação: uma criança chorando e um adulto assustado.
Como lidar?  Para que as mordidas sejam evitadas...
  • Estimule situações comunicativas, pois o uso progressivo da fala e de outras formas de comunicação vão aos poucos, substituir as dentadas;
  • Garanta que haja variedade de material, principalmente de escolha para todos, evitando assim as disputas;
  • Esteja sempre por perto na hora das atividades em grupo(compartilhando brinquedos)
  • Se houver uma criança que costuma morder com muita freqüência fique próximo dela. Certamente ficará constrangida com a sua presença e evitará as dentadas.

Mas se as mordidas acontecerem...
  • Antes de tudo, cuide de quem sofreu a mordida e o acolha;
  • Se o que mordeu tiver mais de 2 anos, chame-o para ajudar a cuidar do machucado que causou e assim conhecer as consequências da sua ação.
  • Nunca estigmatize a criança como a mordedora do grupo, ao contrário, ajude-a a mudar a sua  atitude.
  • Ao avisar aos pais de quem sofreu a mordida, não revele o nome de que mordeu, mas explique as providências tomadas. Já os familiares da criança que mordeu só devem ser comunicados se o comportamento se repetir com freqüência. Atenção: Não deixe de fazer a ocorrência do fato. Registre tudo, e sempre!!!
  • Nunca retribua a mordida. Morder em reação a uma mordida, assim como devolver um tapa, pode criar muita confusão para a criança.  A mordida diz a ela é permitido morder alguém com quem esteja zangada, apesar de você está dizendo: “Não morda”.

Limites...
Não existem receitas prontas quando tratamos de educação, às vezes o que serve para uma criança, já não é suficiente para outra. Mas o que temos que ter em mente é que dar limites não significa ser autoritário. A professora precisa ser a autoridade da sala de aula e não ser autoritária.
Então dar limites é...
  • Dizer “sim” sempre que possível e “não” sempre que necessário.
  • Só dizer não a criança quando tiver uma razão concreta.
  • Mostrar que muitas coisas podem ser feitas e outras não podem ser feitas. (combinados da turma).
  • Evitar que a criança cresça achando que todo mundo têm que satisfazer seus mínimos desejos. Quando disser “não”, sustente o não até o final, mesmo que a criança faça pirraça.




Sexualidade
     A sexualidade é natural, faz parte da natureza humana. É uma energia que surge independentemente da vontade do ser humano e se manifesta de formas diversas.
Fique atenta! Quando presenciar a criança explorando a sua sexualidade(masturbar) precisa mostrar que você viu, mas haja com naturalidade, nada de fazer escândalos e repressões. Você deve preservar o desenvolvimento da criança, contendo os seus impulsos, impondo limites quando necessário sem repressões. 
 Se você observar essa atitude com freqüência, saiba que essa atitude em excesso pode ser...
  • Verme;
  • Carência afetiva( passa a ser a única forma de receber prazer);
  • Abuso ou exposição a cenas inadequadas;

Agora, se acontecer na hora do banho...
As crianças de 3 anos começa a se manifestar mais diretamente;
A partir daí a criança explorará cada vez mais seu corpo, vai começar a observá-lo e a compará-lo com os dos colegas. O importante é agir naturalmente e não esquecer de fazer a ocorrência do fato.  Se acontecer com frequência, faremos uma investigação mais profunda para sabermos as possíveis causas, por isso a importância do registro.




" Comece fazendo o necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível"
                                                                                                           São Francisco de Assis       

Espero que essas orientações e sugestões possam contribuir para a sua prática pedagógica abrilhantando as suas aulas.
                                               

                                                  Orientadora educacional
                                                          Nathalia Belmonte  




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